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Monção

Pedro Pagodes: Há 35 anos a pôr o Alto Minho (e tudo à volta!) a ‘abanar o capacete’

29 Junho, 2023 - 00:33

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“Trabalho sempre para o público que tenho à minha frente”.

Em Monção praticamente não há quem não o conheça. Se há festa da boa, o mais certo é encontrar um nome por trás da mesa de mistura: Pedro Pagodes.

 

Nasceu Ferreira Fernandes. E continua.

 

Porém, tantos anos trabalhou e granjeou fama numa antiga discoteca daquele concelho (Pagode), que o nome do espaço valeu-lhe a designação que utiliza hoje como DJ.

 

Para milhares de pessoas, ver Pedro Pagodes garantido num cartaz, numa festa, num casamento ou num outro qualquer evento é sinónimo de qualidade certa na pista.

 

Já são 35 anos disto… e é preciso recuar até ao ano de 1988 para encontrar a origem do disto. Tudo começa no Algarve, onde nasceu e ficou até à adolescência.

 

“A minha mãe foi fadista durante muitos anos. O meu irmão era DJ nas principais discotecas do Algarve e também andou por todo o País”, recordou Pagodes à Rádio Vale do Minho.

 

“Eu era pequeno e o meu irmão, com mais 10 anos que eu, chegou a levar-me várias vezes à sucapa às discotecas”.

 

O bichinho das mesas de mistura começava a entrar no pequeno Pedro que assistia atentamente à performance do irmão.

 

“Mas também gostava de assistir aos espetáculos de fado que a minha mãe dava. À forma como ela comunicava com o público”. Atento, o pequeno Pedro aprendia.

 

E aprendeu bem.

 

 

 

[Fotografia: DR]

 

[Fotografia: DR]

 

 

 

“Ser DJ não é só passar música”

Com tanta experiência acumulada, Pedro Pagodes afirma hoje categoricamente que “ser DJ não é só passar música”.

 

“Nos meus primeiros anos, finais da década de 80 do século passado, tínhamos mesmo de ser muito bons para sermos considerados DJ’s”, recorda.

 

Aos 14 anos, acompanhado pela mãe, veio para Monção.

 

Ainda novato, Pedro entra com tudo e faz uso da experiência que já tinha em locução por várias rádios locais.

 

Decidiu usar microfone durante as suas performances onde o esforço físico era maior.

 

“Era o tempo dos discos em vinil. Cheguei a rodear-me de vários amigos para ajudar-me. Era precisa uma enorme agilidade de braços”.

 

 

 

[Fotografia: Fabrika]

 

[Fotografia: DR]

 

 

“Trabalho para o público que tenho à minha frente”

O tempo foi passando e a profissão de DJ teve de adaptar-se a um novo formato: o CD. O vinil tinha definitivamente passado à história.

 

“Ainda não havia internet… nem downloads… e muitos de nós chegamos a comprar um CD só por causa de uma música”, prosseguiu com uma gargalhada.

 

Veio a era digital e quase toda a performance ficou mais facilitada com simples cliques num computador. Porém, para Pedro Pagodes, isso não faz da pessoa um DJ.

 

“Cada um tem o seu estilo e a sua maneira de trabalhar. Ao fim de 35 anos, continuo a ter uma agenda recheada. Penso que isso se deve ao facto de que trabalho sempre para o público que tenho à minha frente, independentemente dos meus gostos musicais”, sublinhou.

 

 

Mas como é que tudo acontece?

“Tento sempre agarrar a pista. Agarrar o público… e isso passa sobretudo pela estaleca que se tem”, explicou.

 

No entanto, mesmo com um notável poder de comunicação ao microfone, Pedro Pagodes admite que o desafio de “agarrar o público” é grande e “nem sempre corre bem”.

 

“Quando sei onde vou atuar, tento sempre ir mais cedo. Faço sempre uma leitura do espaço onde vou tocar… seja festa, seja bar ou discoteca. Isto também para facilitar-me no caminho para chegar mais rápido às pessoas”, disse.

 

 

 

[Fotografia: DR]

 

 

 

“Cerca de 70% da música que passo não oiço em casa”

Para Pedro Pagodes, o DJ deve trabalhar sempre a pensar no público que tem à sua frente. “Cerca de 70% da música que eu passo, não a oiço em casa”, confessou.

 

“Mas as pessoas gostam! E a mim pagam-me para animar as pessoas”.

 

Só que há situações em que o gelo não quebra mesmo. E o público teima em não dançar.

 

“As situações começam a não ficar fáceis e temos de procurar todos os estilos de música, para ver qual deles é que finalmente pega e agarrar o público. Felizmente, não sei se será do nome ou pelos anos de carreira, não tenho tido esses problemas”.

 

 

 

[Fotografia: DR]

 

 

Feira do Alvarinho

Desde 2018 que Pedro Pagodes tem sido presença assídua nas madrugadas da Feira do Alvarinho. A próxima não vai ser exceção. O DJ vai estar na mesa de mistura na sexta-feira à noite e conduzir a multidão madrugada de sábado dentro.

 

“A primeira vez que atuei na Feira do Alvarinho foi precisamente no dia do meu aniversário, a 29 de junho. A feira calhou nesse ano a 29, 30 de junho e 1 de julho”, recordou.

 

Depois, tudo acontece. Hoje já é difícil imaginar as madrugadas do Alvarinho sem o Pagodes.

 

“Quando entro numa cabine, dou o melhor de mim. E quero que o público desfrute ao máximo possível! Faço isso na Feira do Alvarinho, como faço noutro lado qualquer”, afirmou.

 

Pela frente, naquele evento, Pagodes tem milhares de pessoas. Sobretudo jovens, com vontade de diversão. Por isso, admite, é um dos espaços em que “é mais fácil trabalhar”.

 

 

 

[Fotografia: Arquivo/Feira do Alvarinho]

 

 

E o que é que se sente lá em cima?

“É difícil de descrever. Sentem-se muitos arrepios! No primeiro ano em que lá estive como DJ, em 2018, foi o ano em que se apostou na mudança da Feira para as Caldas. Lembro-me de estar com lágrimas nos olhos abraçado ao Presidente da Câmara, António Barbosa. É inexplicável!”, concluiu.

 

Pedro Pagodes é um dos DJ’s convidados na próxima edição da Feira do Alvarinho que começa já esta sexta-feira. Vai prolongar-se até domingo.

 

São esperados milhares de visitantes naquele que é considerado um dos mais emblemáticos eventos não só de Monção como já de todo o Norte de Portugal.

 

concerto dos Xutos&Pontapés, marcado para o último dia, é um dos momentos mais aguardados.

 

A entrada é gratuita durante toda a feira.

 

 

 

[Fotografias capa: DR]

Tópicos:

#Personalidade

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