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Há quase 20 anos que os galegos não viam um cenário tão desolador. No entanto, em 1993 a situação era outra. O Caminho Português de Santiago ainda dava os primeiros passos, estava a ganhar projeção e depressa viria a ser catapultado para o êxito.
A situação atual é diferente. Pior ficou durante a Semana Santa. Do lado de lá do rio Minho, conta o jornal La Voz de Galicia, muitos albergues nem sequer abriram portas. Total? Apenas seis peregrinos contabilizados neste período.
“Isto está muito mal. Na segunda-feira foram registados dois, uma rapariga acompanhada de um rapaz alemão, penso que de Colónia. Depois mais um grupo de quatro vindos de Vigo e de Cangas”, contou àquele jornal o presidente da Associação Amigos do Caminho Português, Celestino Lores, em tom visivelmente preocupado.
Com o fecho de fronteiras, a diminuição do número de peregrinos foi drástica. Para não dizer brutal, visto que muitos vindos de fora da Península Ibérica aterravam em Portugal no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto e iniciavam o trajeto por cá.
“Isto lembra-me o ano de 1993, em que vinham apenas duas ou três pessoas. Até que se abram as fronteiras, não podemos fazer nada. E os portugueses são os que mais vontade têm de voltar”, assegurou o responsável.
De um dia para o outro, tudo mudou. De repente, já não há peregrinos nem do Brasil, nem da Coreia do Sul, nem do Canadá e muito menos dos Estados Unidos da América. Ninguém chega.
“Isto é muito triste”, desabafou Celestino Lores.
Eurocidade Valença/Tui batia recordes antes da pandemia
Antes da chegada da pandemia da COVID-19 a Portugal, a eurocidade Valença/Tui batia recordes todos os anos em peregrinos. Os últimos dados, de janeiro de 2020, referem que 88.310 peregrinos passaram ou começaram esta peregrinação naquela eurocidade durante o ano de 2019. Este número crescia consecutivamente desde 2014, ano em que rondava os 35.494.
[Fotografia: Arquivo / DR]
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