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Arranca esta quinta-feira, na Eurocidade Valença/Tui, a primeira edição do MUMi – Músicas no Minho. Trata-se de uma feira profissional de música e cultura organizada pelos dois municípios vizinhos. Vai prolongar-se até ao próximo sábado. O concerto inaugural acontece já esta noite, em Tui.
Para além dos dezoito showcases já anunciados de bandas galegas e portuguesas, o encontro acolherá um programa de encontros para empresas e festivais, actividades formativas e profissionais.
“Estamos sedentos, ávidos de espetáculos, de música. Não é a mesma coisa estar ‘online’”, sublinhou Manuel Lopes durante a sessão de apresentação do evento. “Nós os minhotos e galegos sem espetáculos e sem música não conseguimos vivemos. Os galegos com uma pandeireta e uma gaita de foles fazem a festa. É uma alegria”, descreveu.
Para Manuel Lopes, este é o “embrião” de um evento que promete ser um “sucesso” nos próximos anos.
De acordo com o Alcalde de Tui, “o retorno económico estimado nas duas edições é de cerca de 120 mil euros com a realização de 60 de eventos, sendo que o investimento de 30 mil euros, será dividido pelas duas cidades”, disse Enrique Cabaleiro.
Está “previsto um crescimento anual de cerca 15%” do retorno, o que permitirá, “num horizonte de cinco anos, atingir os 300 mil euros”, acrescentou.
De acordo com a organização, o programa do primeiro mercado profissional de música e cultura, organizado por 10 a 12 associações de artistas portugueses e galegos, inclui a realização de 60 eventos culturais nos dois concelhos que compõem a eurocidade de Valença e Tui.
O MUMi – Músicas no Minho promete reunir artistas e bandas, promotoras, empresas de ‘management’, festivais, editoras, empresas de serviços e produção, para partilhar ideias, criar sinergias sólidas, estabelecer novas redes de contactos e conhecer novas propostas.
‘Galandum Galundainae’ e Uxía no cartaz
São dois gigantes da música galaico-minhota… e estão confirmados na edição deste ano do Encontro Profissional das Músicas no Minho (MUMI 2021): a banda portuguesa Galandum Galundainae a artista galega Uxía.
O evento vai realizar-se entre 9 e 11 de setembro, na Eurocidade Valença/Tui. Terá programação aberta à cidade, repartirá a sua actividade entre Valença e Tui durante os três dias de duração.
Em Valença, o concerto de encerramento terá lugar a 11 de setembro nas Cortinas de São Francisco (Valença) às 21h00. Considerado como un dos projetos musicais mais relevantes no contexto folk em Portugal durante os últimos vinte e cinco anos, Galandum Galundaina construíu um espaço em que o passado e o futuro da música tradicional andam de mãos dadas, e o MUMI 2021 tem a sorte de fechar edição com eles.
A formação, considerada a embaixadora da música das Terras de Miranda, desenvolve um trabalho de investigação à volta dos instrumentos tradicionais – extraordinário no caso da gaita-de-foles mirandesa mas também em instrumentos sonoros de construção própria – assim como de promoção cultural, com a organização de eventos como o Festival itinerante de cultura tradicional “L Burro i l Gueiteiro”.
Paulo Preto, Paulo Meirinhos, Alexandre Meirinhos e João Pratas são Galandum Galundaina, com quatro discos de estudio e um DVD ao vivo; é em cima do palco que os quatro elementos apresentam um repertório vocal e instrumental na herança do cancioneiro tradicional das Terras de Miranda, onde as harmonias vocais e o ritmo das percussões nos transportam para um universo atemporal.
Das memórias da Sanfona, da Gaita-de-foles Mirandesa, da Flauta pastoril, do Rabel, do Saltério, do Cântaro, do Pandeiro mirandês, do Bombo e da Caixa de Guerra do avô Ventura, nasce uma música que acumula referências, lugares, intensidades, tempos.
A maior embaixadora da música galega
Por outro lado, Uxía é uma das maiores embaixadoras da música e a poesia galegas. Nos seus mais de 35 anos de carreira artística renovou a música tradicional galega conectando-a com as culturas atlânticas, combinando alalás com morna, fado ou ritmos brasileiros.
Alguns dos temas mais recorrentes que explora nos seus trabalhos são a procura de um espaço para a voz da mulher, o diálogo entre culturas, a poesia contemporânea galega e portuguesa e a defesa da identidade linguística. Criou o seu repertório através das suas continuas viagens e intercâmbios com músicos do Brasil, Portugal, Cabo Verde ou Guine-Bisáu, como Dulce Pontes, António Zambujo, Sara Tavares ou Tito Paris, e em Espanha com artistas como Santiago Auserón, Martirio, Carmen París ou Sílvia Pérez Cruz.
18 showcases e concerto inaugural
Os showcases programados de bandas e artistas de Galiza e Portugal, a maior parte deles abertos ao público, serão a coluna vertebral do MUMI 2021.
Familia Caamagno, Magín Blanco e a banda das apertas, Oîma, Os d’Abaixo , O Sonoro Maxín, Pálida, Pulpiño Viascón, Silvia Penide e Xacobe Martínez Antelo Quinteto formam a relação dos showcases galegos programados. No caso de Portugal, as bandas seleccionadas são também nove: Barry White Gone Wrong, Cassete Pirata, Conjunto!Evite, emmy Curl, Jorge da Rocha, José Valente, Káustika, TAKATUM apresenta Ah!Ah!Ah! e The Guit Kune Do.
A Orquestra Galego Portuguesa de Liberação oferecerá o concerto de abertura do MUMI 2021 esta quinta-feira, em Tui na Praza da Corredoiras às 21h30h galegas e 20h30 portuguesas.
[Fotografia: DR]
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